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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

“Sinfonia n. 8 – A Grande”, de Schubert (com a BRSO sob a regência de Maazel)

Se se compara, em termos de extensão, com as Sinfonias de Bruckner, esta é de tamanho médio. Mas é de fato grande em extensão se se compara às de todos os demais compositores, incluindo, naturalmente, o próprio Franz Schubert. Sobretudo, porém, é grande em qualidade. Imensamente superior a todas as demais do próprio Schubert, só não é superior, a nosso ver, às quatro Sinfonias de Franz Schmidt e, especialmente, às de Bruckner. Sem deixar de ser romântica, é grandemente clássica, e de luminosidade só alcançada, no Romantismo, pela Nona Sinfonia de Dvořák e pela Segunda de Brahms (das quais também se publicará aqui algum vídeo).   
De notar, nesta interpretação perfeita da Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks, a regência do maestro Lorin Maazel (ainda vivo, salvo engano).  

“Quinteto em Lá maior – A Truta”, de Schubert, com Barenboim, Perlman, Zukerman, Du Pré, Mehta


Tudo aqui funciona à perfeição. A peça é extraordinária, contagiante; e extraordinários são os músicos, com destaque para Jacqueline du Pré, infelizmente falecida aos trinta e poucos anos de esclerose múltipla. Ela supera, em nossa opinião, até o mesmo Rostropovich. E cresce a importância deste vídeo pelo fato de a peça não ter sido gravada por este grupo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O “Quinteto em Dó maior, D. 956, Op. 163”, de Schubert

O melhor do Romantismo (I): os pontos altos de Schubert

C. N.

Como o explica suficientemente Alfred Einstein em sua biografia de Franz Schubert (1797-1828), este compositor austríaco desde o início se debateu entre duas influências: a de Beethoven e sua exacerbação apaixonada, que Schubert dizia repudiar, mas cujo peso, de modo geral, era então muito grande; e a do classicismo anterior. Diga-se, aliás, algo semelhante de Brahms, que destruiu todas as suas partituras que julgava demasiado românticas. Mas com uma diferença: enquanto este, se se excetua sobretudo sua Segunda Sinfonia e poucas outras peças, substituiu tal radicalismo por uma música grandemente soturna (ainda que raramente destituída de alguma beleza), Schubert, por seu lado, quando superava suas próprias limitações (com efeito, suas primeiras Sinfonias são de qualidade inferior) e a influência da exacerbação apaixonada do Romantismo, fazia música de delicadeza, claridade e sublimidade raramente alcançadas nesta corrente musical (lembremo-nos de que Bruckner não é propriamente romântico). É o caso de sua Nona Sinfonia (“a Grande”) e de seus Quartetos e Quintetos de Cordas. Entre estes se destacam, muito especialmente, o Quinteto chamado A Truta e, ainda mais especialmente, o Quinteto em Dó maior, D. 956, Opus 163 (para dois violinos, viola e dois violoncelos).
Publicaremos aqui essas três peças em vídeo, a começar pelo último Quinteto (na postagem seguinte a esta). Como disse o pianista Artur Rubinstein, esta peça, e em particular seu Adagio, é como “a entrada para o céu”. Como toda peça artística, porém, não pode ser senão um primeiro passo: parafraseando ao Platão do Banquete, digamos que pode ser um primeiro degrau para a ascensão do belo sensível ao Belo suprassensível – o Belo propriamente dito.  
Antes de tudo, pois, escutemos as palavras do grande pianista.

      [Entre as gravações da Nona Sinfonia de Schubert, agrada-nos particularmente a de Günter Wand; entre as dos Quartetos completos, a do Melos Quartett Stuttgart; entre as d'A Truta, tanto a de Jorg Demus como a do Borodin Quartet; e, entre as do Quinteto em Dó maior, D. 956, muito especialmente a do Brandis Quartet.] 


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Magnífico Prelúdio do Mestre Franz Schmidt

Este Prelúdio, Franz Schmidt o vai repetir como o “Aleluia” n’O Livro dos Sete Selos. É música tipicamente austro-húngara, e ao mesmo tempo de elevada religiosidade. Cada vez mais o compositor se nos afigura um verdadeiro Mestre.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Bach - Piano Concertos - A incalculável superioridade dos instrumentos modernos


Duas pequenas obras-mestras de Agustín Barrios Mangoré (1885- 1944)


O compositor e violonista paraguaio Agustín Barrios deixou-nos uma vasta obra. A primeira peça que pomos aqui – Una Limosna por el Amor de Dios (Uma Esmola pelo Amor de Deus) – é sua última composição, composta à beira da morte e após ouvir uma velha mendiga bater-lhe à porta para pedir esmola. Não há como evitar, porém, ouvir nesta pequena sublimidade um pedido do próprio Barrios: que Deus lhe desse a esmola da salvação.
A outra peça, dividida em três partes, foi composta após a emoção verdadeiramente religiosa que o compositor sentiu ao conhecer a catedral de Montevidéu. É peça bachiana do início ao fim.
Ao instrumento em ambas as peças, um dos maiores violonistas: John Williams.

Una Limosna por el Amor de Dios:


La Catedral: