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domingo, 13 de janeiro de 2013

Ainda sobre os princípios do blog A Boa Música

C. N.


Sobretudo pelo inusitado (no mundo moderno) da posição deste blog quanto às artes em geral e à música em particular (vide nossa Apresentação), convém de vez em quando repisá-la. E fazemo-lo aqui da forma mais simples: cabe à sacra Teologia não só determinar o fim último de todas as ciências (especulativas ou práticas) e de todas as artes, mas, em razão disso, cingir o campo em que todas podem desenvolver-se. Naturalmente, nenhuma peça musical, ainda que se destine ao fim justo, pode ser boa se for artisticamente falha; mas nenhuma peça musical artística ou tecnicamente conseguida será simpliciter boa se não se sujeitar ao fim e aos limites que lhe dita a sacra Teologia. E isto decorre do mais singelo dos raciocínios: se tudo se ordena ao Fim último, incluindo os objetos imediatos ou os fins intermediários (no caso da música, criar beleza sonora e deleitar ou enlevar o ouvinte), e se a sacra Teologia está sob a luz da ciência do próprio Fim último, então nada mais natural que caiba a ela o dito acima. Um exemplo para encerrar – por ora – o assunto: a Apassionata de Beethoven é conseguidíssima do ângulo técnico-artístico; mas, porque expressa uma exacerbação apaixonada que arrasta o ouvinte, e porque tal exacerbação é contrária aos limites ditados pela sacra Teologia, não se pode dizer boa simpliciter. Outro exemplo: um nu perfeitamente esculpido e perfeitamente sensual não se pode dizer arte simpliciter boa – e deve ser evitado. Voltaremos ao tema não só aqui, mas, muito mais aprofundadamente, em livro.

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