C. N.
Por absoluta falta de tempo, infelizmente
há muito não escrevo para o “A Boa Música”. Como ainda não o posso fazer
longamente, ao menos consigno aqui algumas palavras de outros sobre o compositor
que, abaixo apenas dos estritamente litúrgicos, mais me toca a alma: o
austríaco Anton Bruckner (Ansfelden, 4 de setembro de 1824-Viena, 11 de
outubro de 1896).
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Do maestro Wilhelm Furtwängler (de
tendências românticas e idealistas): “Só cronologicamente se pode dizer que
Bruckner faz parte do romantismo. Na verdade, é um gótico [ou seja, católico de
antigamente]”;
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Do maestro Eugen Jochum (católico, austríaco e organista como o compositor): “Bruckner [...] é cheio do calor e da vivacidade da paisagem austríaca e do caráter
austríaco; mas o que se acha por trás de seu modo de fazer música é uma devoção
e uma proximidade divina tingida de misticismo que, nos marcos da música europeia,
só podem ser encontradas em Bach”;
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Do brasileiro Lauro Machado Coelho, que deu à sua biografia de Bruckner o seguinte título: “O Menestrel de Deus”;
• Do historiador da música Otto Maria Carpeaux: “[Bruckner escreveu] sinfonias cujo conteúdo é o mesmo de sua música sacra. [...] O céu parece abrir-se para recebê-lo em seus braços misericordiosos quando ouvimos esse trecho máximo [de seu Te Deum] que é o Non confundar in aeternum”;
• Do historiador da música Otto Maria Carpeaux: “[Bruckner escreveu] sinfonias cujo conteúdo é o mesmo de sua música sacra. [...] O céu parece abrir-se para recebê-lo em seus braços misericordiosos quando ouvimos esse trecho máximo [de seu Te Deum] que é o Non confundar in aeternum”;
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Do próprio Bruckner: “Quando o bom Deus me
chamar para Lhe prestar contas do uso que fiz da minha vida na terra, eu Lhe mostrarei a partitura do meu Te Deum e Ele há de me julgar com misericórdia”.
Recomendamos muito especialmente:
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Quase toda a sua profunda e tocante música religiosa (três Missas, o Te Deum, diversos motetos, etc.) com o maestro Eugen Jochum;
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Suas nove sinfonias (sua Oitava, como dizem muitos, incluído o maestro romeno
Celibidache, é o cume da arte sinfônica) com o mesmo maestro Eugen
Jochum (a meu ver, são obras-primas únicas e sem-par, de caráter épico-religioso,
suas sinfonias Quinta, Sexta, Sétima e Oitava; as demais, porém, não deixam de ter grande importância e beleza; acerca de todas, incluídas a 0 e a 00, escreverei um dia detida e detalhadamente);
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Sua Sétima Sinfonia transcrita para órgão e executada por Ernst-Erich Stender;
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Sua Oitava Sinfonia transcrita para órgão e executada por Lionel Rogg.